ORIGEM
No ano de 1947, quem descesse as águas do belo e traiçoeiro Rio Grande, encontraria uma ilha com arvoredos altos de grandes copadas e bem verdes, como que dando boas vindas aos visitantes, chamando a atenção com suas terras férteis para a produção de cereais. Mais tarde essa mesma ilha teve o nome de ILHA DA MUTUCA, origem esta de existir na referida ilha muitas abelhas “mutuca”. Deslocando se para o lado esquerdo do rio, vai-se de encontro à margem paulista, onde fica situado o PORTO RIBEIRO, única travessia naquela época do Estado de São Paulo para o Triângulo Mineiro. Aqueles que iriam rumando para o sul, numa estrada transitada somente por carros de bois e cavalos, à 11 km de distância do barranco do Rio Grande, iriam encontrar um “povoado,” com pessoas destemidas e corajosas. Os perigos que enfrentavam e passavam era um desafio à morte. Podemos assim dizer que os Bandeirantes, eram constituídos por lavradores, comerciantes, pescadores e garimpeiros, do sertão santa-albertinense.
FUNDAÇÃO DO POVOADO
Em 27 de abril de 1948, o Povoado foi fundado por Belizário, em terras doadas pela família Schimidt, onde foi lançada a Pedra Fundamental, e a seguir o levantamento do Cruzeiro. Surgira daí os primeiros moradores: José Patrício, José Maria Rodrigues, Gabriel Gonçalves, Fernando Peres Garcia, Osório Florindo de Souza, Altino Roberto da Silva e outros. Começaram então a fazer as primeiras picadas, transformando-as em estradas de rodagem ligando o povoado de Santa Albertina aos povoados e córregos vizinhos.
HISTÓRIAS QUE O POVO CONTA…
Contam os antigos moradores, um fato que, quando da abertura do primeiro poço d’água no centro do povoado, onde está situado hoje o Posto Ipiranga, que foi encontrado uma onça dentro do referido poço. Explica-se a razão de tal acontecimento: os poceiros depois do serviço terminado naquele dia deixaram uma camisa pendurada sobre o sarilho. À noite a fera surgiu e sentindo que fosse um homem, saltou sobre o objeto e acabou caindo no fundo do poço. No dia seguinte, mataram-na e retiraram o animal do poço para continuarem o serviço.
ORIGEM DO NOME
O nome dado ao município de Santa Albertina, foi escolhido pelo doador das terras, Francisco Schimidt, em homenagem à sua mãe.
BELISÁRIO DE ALMEIDA – FUNDADOR DE CIDADES
Já vai longe, quando por volta de 1943/1944, um homem sem medo, desafiava o sertão paulista, lutando contra tudo o que via a sua frente. Foi nesta época que o homem dos sertões, do qual estamos falando, chegou em meio à um SERRADÃO, que em volta possuía terra fértil para o plantio de cereais, e fundou ali um povoado. Depois de algum tempo, foi levantando o Cruzeiro, e no mesmo dia, recebia o nome de Meridiano. Dali, passando mais alguns anos, o homem dos sertões, dirigiu-se para outra localidade. Algumas casinhas de barro havia entremeio os matagais e as feras que existiam. Em 27 de abril de 1947, foi então fundado outro povoado, e que na data de 24 de junho recebia sua PEDRA FUNDAMENTAL, como que dizendo: aqui se erguera um grande município, o qual foi batizado pelo homem dos sertões com o nome de SANTA ALBERTINA. Estamos comentando sobre a vida de BELIZÁRIO DE ALMEIDA. Depois de fundar Meridiano e Santa Albertina, encontra-se em outro lugar, um novo município fundado por ele. Nova Olímpia é o seu nome, localizada nas proximidades da Barra do Bugre. Há muitos anos passados nascia, Belizário de Almeida, e durante toda a sua vida, não perdeu aquilo, que já se tornaria um hábito: descobrir cidades nos sertões brasileiros.
CRIAÇÃO DO DISTRITO
No dia 30 de dezembro de 1953, através do Decreto Lei Estadual nº 2456, o povoado de Santa Albertina foi elevado à categoria de Distrito de Paz. Sua instalação ocorreu em 01 de janeiro de 1954, pertencendo ao município de Jales. Então os desbravadores de Santa Albertina viram que seus esforços foram consagrados.
CRIAÇÃO E EMANCIPAÇÃO DO MUNICÍPIO
Em 18 de fevereiro de 1959, o Distrito de Santa Albertina, foi elevado à categoria de Município, através do Decreto Lei Estadual nº 2.285. Sua instalação verificou se em 02 de Janeiro de 1960, desmembrando se do município de Jales.
A IMPLANTAÇÃO DA TELEFONIA
Após concorrência pública efetuada na cidade de Santa Albertina, onde participaram várias firmas de Telefonia, o mais forte concorrente haveria de vencer. Nestas alturas dos acontecimentos, o senhor Agnaldo Viana, que já possuía duas Companhias Telefônicas, e por sinal muito bem instaladas, com modernos aparelhos, venceu a concorrência. A seguir, começou a venda dos aparelhos telefônicos que encontrou grande repercussão dentre a população. Foram colocados cinquenta telefones, e os mesmos instalados em pequeno espaço de tempo. A prefeitura municipal, na pessoa do senhor Líbero de Almeida Silvares, sem medir esforços, doou o prédio para o funcionamento do serviço local, uma vez que desde 1964, havia o serviço interurbano. No dia 17 de dezembro de 1968, foi então inaugurado o esperado serviço telefônico local, com a presença de inúmeras autoridades, inclusive contando com a presença da Rádio Assunção de Jales, que transmitiu na íntegra o grande acontecimento.
REGISTROS DO HISTORIADOR – LINHA DO TEMPO
No dia 7 de setembro de 1959, dia da independência do Brasil, foi inaugurada a estrada que liga Santa Albertina a cidade de Jales, construída pelo engenheiro Dr. Euphy Jalles naquela época. No mesmo ano de 1959, foi doado pelo então Governador do Estado professor Carlos Alberto Alves de Carvalho Pinto, um gerador para fornecer energia elétrica ao novo município criado No dia 8 de dezembro de 1962, foi inaugurada a rede de energia elétrica, mais uma obra que trouxe grandes benefícios à Santa Albertina, deixando de ser aquela cidade que recebia luz, fornecida por um conjunto de geradores e que deu, naquela época, grandes gastos a municipalidade. A energia elétrica deu novos aspectos a cidadezinha que foi crescendo vertiginosamente rumo ao progresso. O Governador do Estado, Carvalho Pinto, na ocasião, lembrou-se de Santa Albertina outra vez. Doou ao município um moderníssimo Grupo Escolar que causou inveja a muitas grandes cidades. A prefeitura do município, na época, teve papel preponderante na construção desta importante e gigantesca obra, que nos anos de 1968, foi o cartão de visitas da cidade.
Em 1965, foi autorizada a instalação do Ginásio estadual, pelo Secretário de Educação e Cultura do Estado. Esta autorização trouxe grande alegria aos pais de alunos que não mais precisavam mandar seus filhos estudarem em outras cidades o curso ginasial.
Em 10 de maio de 1965, foi inaugurado o Ginásio Estadual. O professor Carlos Celso Lenarduzzi, foi o primeiro diretor deste estabelecimento de ensino, que já contava com 347 alunos no período noturno, 10 classes, 19 professores, 01 inspetor de alunos e dois serventes. No ensino primário contava esta cidade com um moderníssimo Grupo Escolar, funcionando em dois períodos, com 950 alunos aproximadamente, 26 classes, 30 professores, 03auxiliares, 02 dentistas, 03 serventes e o diretor era o professor Gabriel Felix do Amaral.
Em 17 de março de 1968, foi inaugurado o Posto Telefônico público da cidade. Mais um grande passo que acompanhou Santa Albertina rumo ao reconhecimento de grande importância para os seus moradores. No aspecto econômico Santa Albertina destacava se entre as cidades de sua idade, que possuía, na época, 03 grandes lojas, 05 farmácias, 06 sapatarias, 06 açougues, 01 grande cerâmica (Cerâmica Toledo), 02 Agências bancárias, 02 relojoarias, 05 barbearias, 08 empórios, 01 hospital (Hospital do Dr. Joaquim), 10 máquinas de beneficiamento, 02 serrarias, 05 oficinas mecânicas e fundições, 01 casa de móveis, 02 casas atacadistas, 06 casas varejistas, Coletoria Estadual, Posto de Puericultura, Delegacia de Policia com um Delegado de carreira (Dr. João Baptista Penna Guimarães). Quem residiu, nesta época em Santa Albertina, depois mudou-se e teve alguns anos fora, e se por acaso, fizer uma visita a esta terra, não reconhecerá aquela cidade, que há alguns anos atrás deixou. A Praça da Matriz, que era somente grama, hoje foi restaurada e nela foi construído um grande jardim público.
Gentílico: Santa-albertinense